Nasci em Moundsville, uma cidadezinha pacata às margens do rio Ohio, no norte do Estado da Virgínia Ocidental. Eu era o segundo de quatro filhos, dos quais três eram meninos. Assim, era comum haver bastante agitação em nossa casa. Nunca tivemos muito em sentido material, mas tínhamos o necessário. Meus pais eram pessoas honestas, trabalhadoras e amorosas. Eram Testemunhas de Jeová e fizeram o máximo para nos ensinar os princípios bíblicos desde pequenos.

No início da adolescência, porém, meu coração começou a se desviar do que eu havia aprendido. Eu questionava se valia mesmo a pena guiar minha vida por princípios bíblicos. Achava que a liberdade absoluta era a única maneira de ser realmente feliz. Em pouco tempo, parei de ir às reuniões cristãs. Meu irmão mais velho e minha irmã também se desviaram. Nossos pais fizeram de tudo para nos ajudar, mas nós não correspondemos a essa ajuda.

Eu mal sabia que a suposta liberdade que tanto desejava acabaria me transformando num escravo do vício. Certo dia, quando eu estava voltando da escola, um colega me ofereceu um cigarro, e eu aceitei. A partir desse dia, nada mais me segurou, e me envolvi com muitas outras práticas destrutivas. Com o tempo, já usava drogas, bebia e levava uma vida imoral. Nos anos seguintes, experimentei drogas cada vez mais pesadas e me tornei escravo de muitas delas. Visto que eu estava cada vez mais viciado, passei a vender drogas para sustentar meu estilo de vida.

Por mais que eu tentasse ignorar minha consciência, ela sempre me lembrava de que meu modo de vida estava errado. Mas eu achava que o estrago já estava feito e que não havia mais volta. Embora estivesse cercado de pessoas em festas e shows, eu muitas vezes me sentia sozinho e deprimido. Às vezes, pensava em como meus pais  eram pessoas boas e decentes, e no quanto eu havia mudado.

Eu tinha desistido de mim mesmo, mas outros não. No ano 2000, meus pais me convidaram para assistir a um congresso de distrito das Testemunhas de Jeová. Fui de má vontade, mas fui. Para minha surpresa, meu irmão e minha irmã também foram.

No congresso, me dei conta de que havia assistido a um show de rock naquele mesmo local no ano anterior. A diferença de ambiente era tão grande que mexeu muito comigo. No show, havia lixo espalhado e fumaça de cigarro em todo lugar. A maior parte da plateia era agressiva, e a mensagem das músicas, deprimente. Mas no congresso eu estava cercado de pessoas realmente felizes, que me acolheram muito bem, mesmo depois de tantos anos sem me ver. O local estava limpo, e a mensagem era de esperança. Ao ver o efeito positivo da verdade da Bíblia, me perguntei por que eu a tinha rejeitado. — Isaías 48:17, 18.

Logo após o congresso, decidi voltar a servir a Jeová. Meus irmãos também ficaram comovidos com o que viram no congresso e decidiram voltar. Nós três começamos a estudar a Bíblia.

Um texto bíblico que me tocou de modo especial foi Tiago 4:8, que diz: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós.” Percebi que, se quisesse me aproximar de Deus, teria de limpar a minha vida. Entre outras mudanças, eu precisava parar de fumar, de usar drogas e de beber. — 2 Coríntios 7:1.

Rompi minhas velhas amizades e as substituí por novos amigos, que serviam a Jeová. O ancião cristão com quem estudei a Bíblia foi de grande ajuda. Ele sempre me telefonava e passava na minha casa para saber como eu estava. Até hoje, ele é um dos meus melhores amigos.

Em 2001, tornei pública minha dedicação a Deus por meio do batismo, e meu irmão e minha irmã fizeram o mesmo. Imagine a alegria de meus pais e meu irmão mais novo quando nossa família finalmente se uniu na adoração de Jeová!

Eu achava que os princípios bíblicos eram restritivos demais, mas agora os considero uma proteção inestimável. Com a ajuda da Bíblia, parei de usar e de vender drogas, e me tornei um membro produtivo da sociedade.

Tenho o privilégio de fazer parte de uma fraternidade mundial de adoradores de Jeová. Essas pessoas realmente amam umas às outras e estão unidas em servir a Deus. (João 13:34, 35) Foi nessa fraternidade que encontrei alguém muito especial — minha esposa, Adrianne, a quem eu amo e prezo profundamente. Somos muito felizes por servir juntos ao nosso Criador.

Em vez de me empenhar por objetivos egoístas, hoje presto serviço voluntário como pregador por tempo integral e ensino às pessoas como elas também podem se beneficiar da Palavra de Deus. Esse serviço é minha maior alegria. Posso dizer com toda a certeza que a Bíblia mudou a minha vida. Enfim encontrei verdadeira liberdade.